Este momento em que o resultado final do modelo de crescimento adotado pelo Governo até o ano passado entrega seu resultado em uma combinação fantástica de recessão + inflação, pode servir de inspiração para olhar experiências bem sucedidas.
Dados estão se tornando cada vez mais disponíveis, permitindo comparação e análise do que dá certo e do que dá errado. O que é preciso agora é que os economistas daqui, aqueles que parecem ter “númerofobia”, comecem a estudar os dados disponíveis. Não é “rocket science“. Não é algo impossível de entender.
Estava assistindo um documentário sobre a vida e ideias do Milton Friedman e me chamou a atenção dois casos apontados de países que adotaram políticas públicas alinhadas com o pensamento do Miltinho: Estônia e Chile. Aí me pareceu interessante comparar a renda per capita destes dois países com o Brasil (dados disponíveis a partir de 1993). O resultado vai abaixo.
O caso da Estônia é muito interessante por ser um país que saiu de um regime econômico completamente antagônico ao de livre mercado proposto por Friedman e adotado por esse país após o fim da URSS.
O resultado em si não deixa de ser fantástico, mas o fato dos habitantes da Estônia terem um padrão de vida médio maior que dos brasileiros em nada é surpreendente. O Doing Business do Banco Mundial, publicado nesta semana, não deixa dúvidas que o Brasil é um péssimo lugar para qualquer mortal fazer negócio – e isto impacta diretamente no crescimento de longo prazo do país.
Pior é que temos o Chile aqui do nosso lado que poderia servir de exemplo. Mas as últimas inspirações de política econômica vieram de Venezuela e Argentina. E de uma jabuticaba chamada “nova matriz econômica”, cujos criadores hoje fingem que não tem nada a responder pela recessão que a mesma nos afundou.
Passou da hora de buscarmos outras influências.
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